domingo, 18 de maio de 2008

Caminho da Fé, dia 3






Bom, vou tentar contar agora o dia 3, quando saímos de Consolação, com destino a Campos do Jordão. Teríamos pela frente a famosa serra da Luminosa. Mas São Pedro estragou nossos planos. Tinha chovido muito na sexta e na noite de sexta para sábado também choveu um pouco.



Acordamos por volta das 5:30, tomamos o café da manhã , cada grupo em uma pousada, mais ou menos meio a meio, não cabiam todos em uma só pousada. Arrumamos a bagunça, vestimos as sapatilhas molhadas e arrumamos a caminhonete, sempre auxiliados pelo Beto, nosso fiel escudeiro. O cara foi dez todos os dias, com uma paciência incrível para tolerar esse bando de marmanjos.



Bem, voltando à chuva, pela frente tinha muito barro, principalmente porque estavam patrolando a estrada perto de Consolação. Estava impossível andar, o barro travava as rodas das bicicletas. Limpávamos um pouco para conseguir andar mas não andávamos nada. Numa das tentativas o Paulo ganhou um chão espetacular, ficando com um carimbo do CIF em todo um lado do corpo. Sorte que a lama estava macia.



Um grupo que estava na nossa frente, Reginaldo, Moacyr, Tendinha, Rodrigo, Ronaldo e Marcelinho seguiram o caminho tradicional para Paraisópolis, com uma serra forte em estrada de terra. Nós, os restantes, resolvemos seguir por outro caminho até o asfalto que iria para Paraisópolis. Mas o tiro saiu pela culatra. Tivemos que empurrar as magrelas por alguns kilômetros, com barro pelas canelas. Carregar as bicicletas nas costas as vezes era mais fácil. Quando a estrada melhorou um pouco, chegamos em uma pequena igreja, que tinha uma caixa d'água onde pudemos tirar o barro grosso das bicicletas. Daí conseguimos chegar ao asfalto e logo em Paraisópolis, mas com as bikes dando problema em qualquer subida. Lá estando fomos a um posto onde lavamos as bicicletas, para depois fazermos um lanche e seguirmos por asfalto para Campos do Jordão. Nessa altura, o grupo que veio pela serra de terra já havia chegado, e com menos tempo do que nós que viemos pelo asfalto.


Nesse dia tivemos sorte, o sol brilhava e não sabíamos como isso seria importante mais adiante.


Bom, fomos para São Bento do Sapucaí para pegar a estrada velha que leva a Campos do Jordão, ao invés de irmos pelo caminho tradicional por Santo Antônio do Pinhal. Ninguêm conhecia a estrada, mas sabíamos que era uma serra de uns doze km. E foi mesmo, 11,99 de acordo com o meu cat-eye. O grupo foi se desfiando, com o Gijo e o Marquinho na frente, seguidos do Tenda, Rodrigo, eu, o Reginaldo, Chaleira e por aí afora. A subida era muito dura, coroinha o tempo todo. Mas era linda. Recomendo a todos que gostam de natureza, que tirem um tempo para visita-la. O asfalto era bom e todo cercado por mata, principalmente florestas de araucárias.


Não parei a bike até chegar a Campos e o Reginaldo foi comigo. Quando chegamos no final dos 12 km, achei que havia terminado. Estávamos muito suados e bateu um frio daqueles, acho que eram mais de 1600 metros de altitude. Tivemos uma descida forte e depois uma subida disfarçada (mais ou menos), para novamente descermos, até o portal de Campos do Jordão. Acabou ??? Nem pensar, faltava outra serra para então chegarmos a Campos. E tome subida.


Nessa altura, o carro de apoio tinha ficado bem para trás, acompanhando os demais. O Pedro vinha nele, bem sensato, pois o joelho dele estava doendo muito. Bom menino, dava apoio aos ciclistas e tirava fotos para a posteridade.


Bom, eu e o Reginaldo chegamos em Campos após vencer a serra. Logo na chegada encontramos o Tenda e o Rodrigo numa vendinha, comendo broa de fubá. Foi a melhor broa que eu comi. A fome e o frio eram intensos. Logo chegou o Marcelinho, meio desnorteado de fome, mas a broa deu jeito nele.

Um pouco recompostos, seguimos para a pousada e lá encontramos o Gijo e o Marquinho. Justiça seja feita, os caras pedalam muito, e o Tenda e o Rodrigo(bikessauros) também merecem os parabéns. Fomos muito bem recebidos pelo pessoal da pousada. Logo o carro de apoio chegou com a nossa bagagem e foi possível colocar ordem nas coisas (e no corpo). Todo o pessoal chegou, menos o Chaleira. O cara ficou para trás de mim e do Reginaldo, e desapareceu. Para finalizar, o personagem estava morrendo de fome, entrou em uma lanchonete para comer, e depois pegou um caminho diferente. Chegou depois de todo mundo, mas chegou bem.

Mais à noite fomos alguns comer uma pizza (muito boa), outros ficaram na pousada, e outros foram passear na ala nobre da cidade (esqueci o nome do bairro). Por fim, todos dormimos bem, ainda orgulhosos do grande pedal daquele sábado dia 3.

André

2 comentários:

Anônimo disse...

BELÍSSIMO RELATO ANDRÉ,
GRANDE ABRAÇO

Anônimo disse...

André, ciao!

Acho que seu relato, ainda incompleto, poderá ser publicado no Brant N. É impecável e plástico!

Quanto à Mantiqueira, poderemos publicar algumas fotos com didascalia.

Se pedirem seu relato, você deverá cobrar!

Como jornalista, dá um banho a todos!
Ciao. Luciano